terça-feira, 16 de agosto de 2011

A EDUCAÇÃO INFANTIL E A LEGISLAÇÃO BRASILEIRA


A educação infantil e a legislação brasileira verifica-se que, até meados do final dos anos setenta, pouco se fez em termos de legislação que garantisse a oferta desse nível de ensino. Já na década de oitenta, diferentes setores da sociedade, como organizações não-governamentais, pesquisadores na área da infância, comunidade acadêmica, população civil e outros, uniram forças com o objetivo de sensibilizar a sociedade sobre o direito da criança a uma educação de qualidade desde o nascimento.  foi preciso quase um século para que a criança tivesse garantido seu direito à educação na legislação, foi somente com a Carta Constitucional de 1988 que esse direito foi efetivamente reconhecido.
Além da Constituição Federal de 1988, do Estatuto da Criança e do Adolescente de 1990, destaca-se a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996, que, ao tratar da composição dos níveis escolares, inseriu a educação infantil como primeira etapa da Educação Básica. Essa Lei define que a finalidade da educação infantil é promover o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, complementando a ação da família e da comunidade (BRASIL, 1996).

Criado em 13 de julho de 1990, o ECA instituiu-se como Lei Federal n.º 8.069 (obedecendo ao artigo 227 da Constituição Federal), adotando a chamada Doutrina da Proteção Integral, cujo pressuposto básico afirma que crianças e adolescentes devem ser vistos como pessoas em desenvolvimento, sujeitos de direitos e destinatários de proteção integral.
O Estatuto, em seus 267 artigos, garante os direitos e deveres de cidadania a crianças e adolescentes, determinando ainda a responsabilidade dessa garantia aos setores que compõem a sociedade, sejam estes a família, o Estado ou a comunidade. Ao longo de seus capítulos e artigos, o Estatuto discorre sobre as políticas referentes a saúde, educação, adoção, tutela e questões relacionadas a crianças e adolescentes autores de atos infracionais.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

EDUCAÇÃO ANTIGA E ATUAL

A educação brasileira apresenta progresso em relação há alguns anos, hoje os alunos têm mais acesso ao conhecimento, todavia a qualidade de ensino defasou, ou seja, não está acompanhando tal evolução.
A sociedade juntamente com a família são inteiramente responsáveis por tal, no caso de famílias desestruturadas, em que reflete diretamente na formação da criança, o governo se implicará em buscar subsídios para a formação ética e moral desta, e não deixar para a escola esta tarefa de educar.
Estes são os principais fatores que contribuem negativamente para a melhoria do ensino brasileiro. No momento em que a educação brasileira assumir uma nova postura, a qual investirá mais no corpo docente, tanto em termos salariais quanto no oferecimento de cursos de treinamento e capacitação proporcionando uma melhor formação para os professores, além de proporcionar  cursos de treinamento e capacitação, na melhoria da formação, de mudar a realidade escolar, a qual o docente irá concentrar-se em ensinar os conteúdos deixando para a sociedade, família e governo a responsabilidade de “educar para formar cidadãos”, quando isto ocorrer, ai sim a educação irá progredir. 



BRINCADEIRAS ANTIGAS E ATUAIS

Antigamente não existiam muito brinquedos e se as crianças quisessem se divertir tinham que usar a criatividade. As brincadeiras antigas para crianças mais famosas eram: Amarelinha, bolinha de gude, cantigas de roda, passa anel, roda pião, pipa… Tudo isso fazia parte do seu cotidiano e assim elas se divertiam por horas e dias.

Brincadeiras Antigas - Pião
Hoje as brincadeiras infantis mudaram muito em relação ao passado. As crianças de hoje se divertem com computadores e vídeo games, fazendo com que as brincadeiras de antigamente não chamem mais a atenção. A informação hoje em dia é em tempo real, o aprendizado das crianças é mais rápido, não existem barreiras de tempo ou de distância para que qualquer um saiba o que está acontecendo.



Diferenças entre as brincadeiras antigas e as atuais
Antigamente as crianças não tinham tantos brinquedos como as de hoje e, por isso, tinham que usar mais a criatividade para criá-los.
Hoje em dia é normal ver uma criança que, ao mesmo tempo, navega na internet, folheia uma revista, fala no telefone, e ainda assiste televisão. Já antigamente as crianças disponibilizam um tempo de seu dia para assistir televisão, brincar com carrinhos, jogar amarelinha e empinar pipa..


“O brincar e o jogar são atos indispensáveis à saúde física, emocional e intelectual e sempre estiveram presentes em qualquer povo desde os mais remotos tempos. Através deles, a criança  desenvolve a linguagem,  o pensamento, a socialização, a iniciativa e a auto estima , preparando-se para ser um cidadão capaz de enfrentar desafios e participar na construção de um mundo melhor “





Não podemos esquecer que os tempos também eram outros hoje em função da violência e também do crescimento da tecnologia, nossas crianças ficam o dia inteiro trancadas em uma sala ou em um quarto na frente da televisão ou de um computador. Muitas não tem nem espaço físico para o brincar o criar.


Nos dias de hoje a maioria de nossas crianças não praticam mais as brincadeiras que fizeram parte da nossa infância. Elas só pensam em videogames, internet, celulares, até mesmo nas comunidades mais pobres é difícil encontrarmos crianhças brincando de bola de gude, roda, pião, nem mesmo de casinha as meninas brincam mais.


PROFESSORES DE HOJE


É muito importante ter consciência de que é impossível ensinar sem o fazer baseado numa dada teoria. Mesmo o hábito irreflectido tem pelo menos implícita uma base teórica: cada um de nós opera segundo certas suposições e crenças, sendo irrelevante que pessoalmente possamos não as conhecer. A tarefa relevante nesta era de rápida mudança social, intelectual e tecnológica é tornarmo-nos conscientes das bases sobre as quais avançamos; tornar o nosso próprio pensamento educativo tão explícito quanto possível e expandi-lo para um diálogo social mais amplo.
Os professores estão envolvidos num papel central em tudo isto, pois é sobre eles que recai a tarefa de pôr em prática qualquer forma de educação que procuremos desenvolver. Neste ambiente moderno, os professores já não podem ser funcionários cegos; a sua tarefa está a tornar-se crescentemente mais difícil, de muitas maneiras. Quer a teoria quer a bibliografia moderna acerca da educação aumenta continuamente a um ritmo cada vez mais acelerado, pelo que somos agora confrontados com a difícil situação de que quanto mais sabemos acerca do processo educativo mais exigente se torna a tarefa de avaliar as diferentes alternativas. Isto traz consequências sérias. Em primeiro lugar, significa que o estudo da educação como um processo social fundamental se está a transformar numa actividade extremamente sofisticada, especialmente dado que a educação se está a tornar cada vez mais institucional e formal. E isto significa, por sua vez, que todos aqueles que participam no processo educativo, e particularmente quem é responsável por fornecer liderança — principalmente os professores, no sentido mais lato do termo — tem de alcançar um elevado grau de consciencialização e de compreensão das questões em causa.
Neste contexto, torna-se necessário indicar em que consiste este sentido mais lato de professor. Geralmente, pensamos que um professor é uma pessoa que se situa diante de uma turma de alunos, no processo formal, e instrui a partir de uma posição de autoridade intelectual e social. Claro que isto é apenas uma parte do conceito, e nesta época de transformação rápida da sociedade e de gradual extensão e formalização do processo educativo, seria bom que compreendêssemos que há várias maneiras pelas quais uma pessoa pode actuar como professor; isto quer dizer que há muitos modos diferentes em que ocorre o ensino e seu conceito correlato de aprendizagem, desde os deliberados, conscientes e formais até aos não-intencionais e informais. Quando os arquitectos, por exemplo, nos falam das consequências ambientais de determinados edifícios e nos impelem a actuar de determinada maneira estão a actuar como professores. À medida que a nossa sociedade se torna mais complexa e independente, a vocação para ensinar, sejam quais forem as finalidades e os estilos do ensino, tornar-se-á mais importante; e dado que o modelo estrito de instruir em sala de aula é cada vez mais desafiado e suplantado, é importante que tenhamos consciência deste sentido mais amplo e mais substancial do termo.
Enquanto antigamente era viável e até comum que os professores se limitassem a ensinar aos seus alunos aquilo que eles próprios tinham aprendido, e da mesma maneira, com pouca ou nenhuma consciência do quadro de referência teórico geral, hoje esta maneira de proceder é claramente inapropriada. Claro que é possível continuar a ensinar deste modo usual e muito pouco informado, mas, a partir de agora, actuar assim indica uma indiferença consciente e até mesmo propositada; já não é simplesmente possível aos professores continuarem a desconhecer que a prática da sua vocação é guiada por um vasto conjunto de teorias complexas. Pelo contrário, os professores actuais precisam de muito mais do que apenas a aquisição de um conjunto de técnicas e de um corpo de conhecimento relevante.
Precisam de um ponto de vista pessoal acerca da sua função como professores e da razão de ser que subjaz à sua função. Face ao questionamento corrente de todas as tradições, crenças e autoridades, os professores de hoje estão obrigados a organizar por si o que é importante na educação e qual o papel que ela deve desempenhar na sociedade.
Tal exercício é também necessário se se pretende que os professores se tornem mais independentes e assumam um maior papel nas decisões de política curricular, métodos de ensino, gestão das instituições escolares, etc. Tanto mais que os professores são cada vez mais invocados pelos estudantes, pais e público em geral a explicar e defender as finalidades principais e os métodos pelos quais educam, e para fazer isto adequadamente precisam de ter pensado profundamente nas suas ideias, crenças e práticas, ancorando-as nas suas premissas filosóficas de base. Isto significa, de facto, que os professores de hoje precisam de desenvolver a sua própria teoria da educação.



PROFESSORES DE ANTIGAMENTE

As transformações que a sociedade sofreu em cerca de meio século são impressionantes e, dentre elas, a convivência entre professores e alunos, aparentemente, foi a que sofreu mais prejuízos. Os professores tinham mais autoridade dentro das salas de aulas e eram ao mesmo tempo, mais respeitados do que atualmente.

A cobrança era também severa da direção das escolas que, se cobrava o resultado das aulas ministradas, cobrava na mesma intensidade, os atos de indisciplina praticados pelos alunos.


Quem recordou isso foi professor Valdecir Casagrande, que durante 30 anos ministrou aulas da Escola Estadual Capitão Narciso Ber­to­lino, até atingir sua aposentadoria no ano de 1992.

“Estou aposentado e afastado da escola há 17 anos e não posso julgar o comportamento dos alunos de hoje, mas nos 30 anos que trabalhei na Escola Capitão Narciso Bertolino, o professor tinha mais autoridade, a direção cobrava mais dos alunos e dos professores e isso era importante para o equilíbrio entre as duas partes”, comentou.

Embora em situações amplamente diferentes, Casagrande conta que a violência entre alunos sempre existiu: “mas eram situações corriqueiras e não essa violência que a gente ouve e vê hoje, com crianças entrando em escolas e matando dezenas de pessoas, vandalismos, isso daí não existia”.Na época, relata o professor aposentado, predominava as brincadeiras inocentes entre os alunos e, dependendo, até com professores: “jogar papel na cabeça do outro, falar uma besteira qualquer, nada grave”. Casagrande ressalta que “a violência sempre existiu e sempre vai existir a truculência dos maus formados, os que tudo podem pelo poder econômico e pelo poder político, desestrutura da legalidade a ponto de não mais se sensibilizar quando uma prostituta é arrastada até a morte, quando índios são incendiados ou agredidos, quando pedofilia é notícia corriqueira, quando se entra em uma escola e mata dezenas, quando os descolados políticos não recebem o rigor da lei”. Por outro lado, entende que o que acontece atualmente tem fundamento na falta de estrutura, seja familiar, seja da própria escola, que juntadas aos problemas cotidianos, como, por exem­plo, um pai desempregado, situação que chega a agredir não socialmente, mas também a moral do cidadão. “É o pai trabalhador, são as mães nas mesmas circunstâncias, é um futuro sem futuro, o crime, a violência, a lei do mais forte. São soluções imediatas para essa gente, infelizmente. A escola pública é burocrática demais para justificar a sua incapacidade, sem ideal, é uma pena, salvo algumas exceções”, afirma. Na avaliação de Casagrande, não resta dúvida de que a deses­trutura na família gera violência, e violência gera violência. “Acho que não existe grande interesse e a escola está sem um ideal e, sem um ideal e sem alma, a escola está desestimulada e a criança não tem um horizonte, não tem um futuro”.








quinta-feira, 11 de agosto de 2011

OS RELACIONAMENTOS E OS PAPÉIS FAMILIARES

Década de 50-60 



O pai era o homem trabalhador, que sustentava a casa, nada deixando faltar à família. Era ainda quem detinha a autoridade, sendo a fonte de apoio que, em caso de necessidade, era solicitada. A mãe era rigorosa no cuidado da casa, sempre bem arrumada e limpa, possuía atividades religiosas e não descuidava da educação dos filhos. Pelos relatos, percebeu-se uma educação rígida, com pouca proximidade e expressão da afetividade dos pais para com os filhos.
À criança cabia um papel de obediência, de respeito ao mais velho, de comportamentos adequados, de cumprimento de suas obrigações escolares, sendo que, para as meninas, havia maior exigência de um comportamento que correspondesse ao papel ligado ao sexo feminino. Havia uma acentuada divisão do mundo das crianças e dos adultos, onde o comportamento esperado delas sinalizava o êxito da educação.

A percepção das transformações ocorridas


A dedicação das mães alterou-se com o passar do tempo. Antes, ela aparecia no fato de elas permanecerem em casa durante todo o dia, tendo a criança sob sua vigilância, ainda que estivessem muito voltadas para os cuidados com o lar, pois o dia-a-dia era mais difícil e não existiam certos confortos e comodidades, possíveis hoje graças ao progresso tecnológico. Na atualidade, as mães passam menos tempo com os filhos, devido ao trabalho fora de casa, existindo o cuidado de pessoas estranhas à família, mas o que surge como fundamental não é o número de horas de proximidade, e sim a qualidade destes momentos e da relação estabelecida entre mães e filhos.

Discussão e Conclusões


Quando se analisa a atualidade, as transformações ocorreram principalmente na rotina das famílias devido ao trabalho das mulheres fora do lar, tendência observada em outros países, como a França e os Estados Unidos (Body-Gendrot, 1992). Suas consequências aparecem de diferentes maneiras. Na primeira, o pai torna-se mais próximo e participativo na educação dos filhos. No entanto, fica claro que permanece o fato de a mãe ser a principal responsável pela criação dos filhos, ficando a seu cargo a definição deste processo. Isto transparece nos dados, quando os pais (homens), indagados a respeito do ingresso das crianças na escola, quais os brinquedos que possuem, quais os programas de televisão que assistem, entre outras, mostraram ignorar as respostas, recorrendo às mulheres para auxiliá-los.
A visão de criança e seu papel modificam-se e aquela que devia ser obediente, respeitar os mais velhos, não discutindo com eles, hoje argumenta e luta por suas idéias, vontades e desejos. Esta situação é possível devido à prática de educação utilizada, que permite e até incentiva questionamentos, os quais não são percebidos como "falta de respeito", mas como uma expressão de direito da criança. Através do diálogo, a distância que havia entre o mundo dos adultos e das crianças torna-se tênue.
O relacionamento entre pais e filhos é outro aspecto que chama a atenção, pois a criança hoje é considerada um indivíduo, com o direito de se expressar e de argumentar, e os adultos acabam tendo com elas praticamente uma relação de igualdade, embora, ao mesmo tempo, sejam eles os responsáveis pela educação dos filhos, cabendo-lhes portanto a autoridade (questionada muitas vezes). E tanto os pais quanto as mães consideram que este tipo de relação mostra que as crianças hoje são mais independentes do que estes foram em sua infância.




História da Educação Infantil


Há inúmeras literaturas que tentam resgatar a historia da infância e teorizam sobre ela, mostrando sua dinâmica ao longo dos tempos. Nas abordagens de Áries (1986), ela faz um estudo cronológico partindo da Idade Media. Seus estudos mostram que nessa época não havia lugar para a infância, desde muito cedo a criança já fazia parte do mundo do adulto. Aos sete anos, o menino era entregue ao homem para ser educado, aprendia a montar cavalos, a atirar e a usar o arco e a flecha e táticas de guerra, e a instrução das meninas ficava a cargo das mães.
No século XIII, a primeira referencia sobre a criança é representada em forma de anjinhos, através de estatuas e pinturas. A segunda referencia, a criança e representada sob a forma, a aparência de um rapaz jovem, era a idade em que o menino era educado nos mosteiros, preparado para ajudar na celebração da missa. Noutro período, surge outra referencia de criança que seria o modelo e o ancestral de todas as crianças pequenas da historia da arte e da humanidade – o menino Jesus – uma dedução do adulto em miniatura.
No final da Idade Media as cenas de gênero infantil não se consagra á descrição exclusiva da infância, mas tinham nas crianças seus personagens principais, que nos sugere duas idéias de infância:
1ª idéia mostra que na vida cotidiana crianças e adultos se misturavam em reuniões de trabalhos, passeios e jogos, as crianças participavam dos mesmos jogos e brincadeiras dos adultos.
2ª idéia mostra que os pintores e escultores da época retratavam as crianças pela sua graça e beleza, crença na pureza infantil.
As crianças desde cedo aprendiam as profissões com suas famílias ou em casas de aprendizes e trabalhavam em oficinas. Neste período também, não se tinha noção de família, a organização familiar é um construto histórico e social, constituído gradativamente através de regras estabelecidas até chegar á organização monogâmica. A família nuclear aparece com a ascensão da burguesia.
No século XVII, Idade Moderna, a infância é vista como uma fase sem importância, os adultos não se apegavam ás crianças por considerá-las uma perda eventual, pois elas morriam com muita facilidade devido á situação de negligencia em que viviam.
A visão de infância como uma etapa do desenvolvimento do ser humano, que tem características próprias, bem definidas é uma idéia moderna. Ela surge no contexto social e histórico da modernidade, com a redução dos índices de mortalidade infantil, graças ao avanço das ciências e ás mudanças econômicas.
A descoberta da infância, no século XVIII, e sua evolução pode ser acompanhada através de pesquisas, pinturas, estatuas, fotos, objetos e brinquedos da época. A infância que antes não passava de uma loteria entre a vida e a morte, agora se encontra amparada no seio da família, devendo a criança ser educada e protegida desde a mais tenra idade, dentro dos princípios que regem a sociedade.
Descobrem-se que a criança tem necessidades próprias, carece de cuidados, amor e respeito – ROUSSEAU E FREBEL -. A idéia de infância, que precisa ser paparicada e moralizada nasceu no interior das classes medias que se formavam no interior da burguesia. Esse sentimento de infância, de preocupação e investimento da sociedade e do adulto sobre a criança, de criar formas e regulação de infância e família, são idéias que surgiram com a modernidade.
Estudos sociológicos sobre a infância, a forma como olhamos e nos relacionamos com ela, tem afirmado que ela é, enquanto categoria social, uma idéia moderna, construída histórica e socialmente.
Ate este século,a idade da vida correspondia a etapas biológicas e funções sociais, onde a adolescência se confundia com a infância e estava ligada á idéia de dependência. Só se tornava independente ao sair da dependência dos pais. Meninos e meninas usavam os mesmos trajes. Esse habito durou ate 1770 nos paises da Europa, no Brasil, prevaleceu até 1930.
A infância tomou seu lugar na historia alcançado pelo avanço dos conhecimentos, na valorização de seus direitos na vida familiar e social e nas instituições de modo geral.
O sentimento de infância surge no Brasil no século XIX, com a necessidade instrução ampliação das escolas para atender as massas. No inicio o atendimento á infância foi marcado pela idéia de assistencialismo e amparo ás crianças necessitadas, com o objetivo de diminuir a mortalidade infantil desvalida ou moralmente abandonada.
Não há uma infância única, igual para todas as crianças, nem para as que vivem num mesmo período histórico, num mesmo pais, ou cidade, ou bairro, rua ou casa. Nem todas vivem da mesma forma no que diz respeito ás condições sócio-culturais e econômicas.
Até 1930 não havia nenhuma iniciativa do governo brasileiro em prol da educação infantil.
Só a partir de 1932, com o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, é que surgem estabelecimentos de atendimento á infância, a cargo de particulares, mas não atendiam crianças da camada popular, eram escolas para a elite brasileira. O atendimento á camada popular fora da família para os filhos que ainda não freqüentavam o ensino primário, estava vinculado á questão da saúde, tinha um caráter assistencial-pastoral.
A LDB, Lei 4.024/61, Art. 23, aponta a criação de jardins de infância, destinada aos menores de sete anos, no Plano de Assistência ao Pré-escolar-PAPE, sob a influencia do Fundo Nacional da União para a Infância e Adolescência, e no UNICEF, que era um programa de assistência emergenciais para as massas, de baixo custo financeiro.
O modelo de educação infantil adotado a partir da década de 70, é um modelo voltado para a educação da camada popular menos favorecida. A educação infantil só passou a fazer parte da Educação Básica Nacional, e a ser motivo de preocupação dos órgãos que legislam sobre educação após 1988, com a Constituição Federal/88, Art. 208, que determina o dever do Estado com a educação, e em especial a infantil, que será efetivada mediante a garantia de atendimento em creches e pré-escolas para crianças de 0 a 6 anos. Este foi o grande marco na historia da educação brasileira.
A infância brasileira recebeu também o apoio do Estatuto da Criança e do Adolescente e da LDBN/96, que determina: todas as instituições de educação infantil sejam integradas aos Sistemas de Ensino Nacional.
O desenvolvimento integral da criança depende de cuidados e de necessidades que estão relacionados á dimensão afetiva, hábitos higiênicos, alimentação, saúde e a forma como esses cuidados e essas necessidades são oferecidos, e os conhecimentos que se tem a respeito de seus procedimentos. Na busca da identidade da educação infantil, o desafio é afirmar a necessidade de se integrar educação e cuidados, que é a especificidade dessa modalidade de educação: cuidar e educar a criança pequena. Nas instituições de educação infantil, o cuidado e a educação são vistos como funções complementares e indissociáveis aos cuidados e á educação dada no âmbito da família.